Os desafios para concluir uma obra literária, desde o ímpeto criativo à impressão, são vários, mas não são impossíveis. O primeiro é se manter persistente. Nenhum livro se conclui sem que se gaste muito tempo de escrita e reescrita. O progresso não é rápido, e se for, ou você é o maior gênio literário, ou seu livro é uma obra de má qualidade. Gênios são inúmeras vezes mais raros do que obras ruins.
Ciente disso, há uma outra parte do trabalho sem a qual não é possível concluir uma tarefa tão onerosa: a imperfeição. Abrace a insegurança ocasionada por todos os riscos que a experiência da escrita proporciona. Não estou dizendo para encerrar os trabalhos sem revisão, mas sim para ter a ciência de que a perfeição é inalcançável e que na imperfeição está parte da identidade da escrita.
Revise inúmeras vezes e submeta a obra às revisões externas. A leitura vicia os olhos de quem lê. Ao ler o mesmo texto diversas vezes você para de ler e começa a sobrepor a memória ao ato da leitura, com isso deixa de ver os erros mais triviais. São muitas informações que compõem a obra e não há razão você apostar todas as fichas apenas na sua perspectiva.
Confira o trabalho do revisor comparando ao original encaminhado. Assim como você falha, comete desvios sintáticos e ortográficos não intencionais, o revisor também o fará. Afinal, seja lá qual for o nível de habilidade do revisor, ele também é humano. Além disso, você pode tomar decisões durante a escrita que não estejam de acordo com os critérios abordados pelo revisor. A norma culta nem sempre é pertinente na elaboração artística.
Após inúmeros processos de revisão, de reescrita, submeta a obra ao registro na Biblioteca Nacional e, assim que sair o registro, ou até antes, caso possua pessoas qualificadas e de confiança para realizar os trabalhos gráficos, dê andamento na diagramação e na elaboração da capa, bem como nas outras artes imagéticas.
Livro na gaveta tem prazo de validade. A gaveta é fundamental após a conclusão do primeiro manuscrito, para que distanciado da empolgação inicial consiga ler de forma crítica e fazer as devidas alterações. Mas se chegou à fase de diagramação, quanto mais tempo ficar na gaveta, maior será a chance de nunca sair de lá.
Nosso senso crítico sobre o que escrevemos muda conforme as leituras e escritas que realizamos, com isso não há garantias que achará a obra publicável após um tempo demasiado do ato da escrita.
Uma bela forma para ter o melhor resultado é contar com uma boa assessoria durante as revisões, e até mesmo quando apenas parte da obra está desenvolvida e não encontre um fio condutor para a conclusão. Para isso conte com a Enigma da Palavra.
